Descrição
…
A seguir, sento-me na poltrona ao lado de sua cama. O quarto encontra-se às escuras. Lentamente, meus olhos vão se acostumando à penumbra. A imagem da moça, ainda um pouco turva, vem aos poucos surgindo. Primeiro é um denso borrão acinzentado, e logo são sutis luminosidades, aflorando aqui e ali, que delineiam sobre a cama o corpo lânguido e esguio.
Ela dorme profundamente. Repousa o delicado rosto sobre a branda fofura do travesseiro de penas. Um braço estendido se projeta para fora da cama; a mão pendente sugere ânsias de voo: parece estar apenas contida pela preciosa articulação do pulso delgado envolto pelo fino tracejado de uma pulseira prateada. O outro braço envolve os revoltos cabelos castanhos sugerindo, com o gesto, um carinhoso abraço a si mesma.
…
O texto quando inédito ficou entre os cinco finalistas do Prêmio Açorianos de Criação Literária 2010 (SMC-Porto Alegre)
Avaliações
Não há avaliações ainda.