O novo papel das editoras

O novo papel das editoras

As letras existem antes mesmo da prensa de tipos móveis de Johannes Gutenberg (1450), verdade que nessa época letras e livros eram para poucos. Algumas tecnologias, como a prensa e seu aprimoramento expandiram a leitura, permitiram os periódicos. Depois, em intervalo de séculos, surgiram outras tecnologias como o rádio e a televisão que também mudaram o mundo aproximando palavras de alguns a muitos. Mas para os livros essas novas mídias foram mais propaganda do que concorrência.

Nas últimas décadas vivemos uma grande revolução tecnológica: a digital, que nos últimos 30 anos começou a popularizar o hipertexto pela Internet. Hoje essa leitura está na mãos de quase toda população, aproximadamente 60% da população mundial está online. Isso fez com que mais pessoas lessem, tivesse acesso à livros e os adquirissem. Assim como a portais de notícias para lê-los como também a escrever em blogs e redes sociais.

O hipertexto e editoras

Mas sim, o hipertexto concorre com o nosso querido papel, podendo esse também carregar o mesmo conteúdo, na verdade, qualquer outro conteúdo. Desta forma a humanidade chega a possibilidade mais real da Biblioteca (infinita) de Babel, do conto de Jorge Luis Borges (1944). Por analogia temos: os links como corredores; já os salões hexagonais representam os portais; e as matrizes computacionais, que substituem as prateleiras. Desta forma é possível armazenar toda a sequência de letras possíveis. E assim o mais difícil não é que o livro exista, mas ser encontrado por quem precisa ou deseja.

Nesta biblioteca infinita em construção que é a internet, as verdades editoriais de 30 anos atrás se tornaram apenas costumes. Em um intervalo de 10 anos temos mudanças radicais. Por exemplo: para o livro não basta apenas ser publicado. Ele precisa de engajamento, a fim de ser mais que um arquivo esquecido em algum canto escuro da internet.

Pós-verdade e distopia

Outro ponto é a pós-verdade, que assemelha ao “Ministério da Verdade” da distopia 1984 escrita por Orwell, publicado originalmente em 1949. É interessante como a literatura foi capaz de antecipar mais de 60 anos de conhecimentos para lidarmos com a internet.

Vivemos neste cenário de informações frenéticas. Repletas de hiperlinks que nos fazem saltar por informações fragmentadas. Desse modo interagirmos e gerarmos dados sobre as nossas intenções. O papel segue de fundamental importância, sendo um representante do pensamento, que é atemporal impresso e imutável, uma cápsula do tempo. Se precisamos enriquecermos a nossa visão do mundo, fundamentar nossas opiniões ou acalmar nossa mente em uma história… O melhor caminho é a leitura. Mas qual leitura?

Relevância e do engajamento

Em uma sociedade que tem como base a internet para comunicação e informação. Que a trilha da tomada de decisão passa pela internet. O texto que com mais reprodução de hiperlinks copiados na grande rede, estará entre aqueles que têm maiores chances de ser indexados, por consequência de serem localizados e lidos. Isso em um termos mais atuais trata-se da relevância e do engajamento, assuntos de interesse do estudo do marketing digital. Devemos continuar falando de livros, revistas e jornais, os lendo sejam em telas ou em papel. Mas para disseminar uma informação precisamos falar de engajamento e interação em meios virtuais e indexação em catálogos de relevância. Na internet se faz cada vez mais a leitura ser para muitos e também algo comum. Sendo assim, precisamos que nós, profissionais editoriais, aprendamos a distribuir o nosso conteúdo pela internet e feito de forma interessante para o público.

É preciso fazer a diferença, assim surge a Ar Editora. Que tem o objetivo de trazer a prática editorial para o presente, que é digital e online. E nota-se a importância, no momento, até a urgência de disseminar o saber, lazer e o bem estar que à leitura pode alimentar a sociedade. Hoje o nosso papel é sermos um farol para os navegantes dessa Biblioteca de Babel que é a internet.

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